Vejam mais fotos aqui.
Há quem diga que a questão dos cartoons não é um confronto de civilizações. Não? O que é proibido no conjunto de países islâmicos, não o é no conjunto de países Ocidentais. No entanto esses mesmos países Islâmicos querem proibir nos países Ocidentais o que é proibido nos seus países. Se em vez de “conjunto de países” dissermos “civilização”, o que nos sobra?
O conflito entre a Liberdade de Expressão e o Fundamentalismo Religioso era inevitável numa perspectiva de globalismo. São dois conceitos inerentes a cada uma das civilizações e quase não existentes na outra, pelo que iriam sempre chocar. E na mesma perspectiva de globalismo não são as fronteiras dos países que delimitam estes princípios.
Para o globalismo ocorrer de forma pacífica, é necessário que haja afinidade entre as várias partes. E o globalismo está em marcha, não há como parar. O problema é não existirem regras bem firmadas de modo a cada cultura manter a sua identidade. Vejam um exemplo de globalismo bem real. Quando os colonos avançaram pela América a dentro, o povo nativo era completamente diferente, poucas afinidades existiam entre estas duas civilizações. E sem regras bem firmadas, a civilização mais forte destruiu a mais fraca. A mesma coisa para o começo do globalismo, a exploração africana e a escravatura dos povos africanos.
Não é pelos cartoons publicados em Setembro que tudo isto está acontecer. Nos anos 60 o historiador Francês Fernand Braudel previu que a terceira guerra mundial seria, não entre países, mas entre civilizações. E é nesse caminho que estamos. Existem três grandes civilizações no mundo de hoje. Mesmo a Oriental podemos dividir em dois pólos, o chinês e o indiano. E estes terão um papel preponderante no desenrolar desta história. Não se enganem, quando se queimam embaixadas por causa de cartoons, o ódio que se mostra é mais que suficiente para justificar uma guerra. A longo prazo ou a médio, o caminho em que estamos irá levar à guerra.
Sunday, February 05, 2006
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