Tuesday, March 27, 2007

Disfarcei com ironia e esperei para ler o que se escreveria nos dias seguintes. Mas não são os renascidos partidários de Salazar que Pacheco invoca, o antigamente é que era bom ou a falta de educação democrática das pessoas que me salva o desgosto. A maioria das pessoas que se deu ao trabalho de votar preferiu Salazar, o estupidificador da nossa sociedade.

Grande ele seria se tivesse feito o bom que fez sem incorrer nas falhas já deveras nomeadas. É mais que o paposseco a três tostões, é a vontade de ter alguém que tome o controlo e deixe apenas as preocupações diárias que já tanto nos custam a tomar conta. O gosto de ser figurante.

Desencorajador é perceber que uma sociedade livre elegeu um ditador como o maior cidadão de sempre. Quem votou preferiu esquecer as atrocidades, lembrando-se apenas do facilitismo que a sua vida tinha antes. E este é o meu pensamento mais triste.

Sim, o meu optimismo ficou abalado, e não sei qual o nível de preparação da sociedade Portuguesa para viver em Democracia. A sociedade francesa passou pelo mesmo quando a extrema direita passou à segunda fase das presidênciais. Logo os franceses saíram à rua, tão francês, para dizerem que não eram fascistas ou nazis. Chirac ganhou com uma margem fabulosa. Dizia na altura que a sociedade educou o indivíduo. Penso ser isso que tentamos fazer ao escrever e falar sobre isso.

O conceito de figurante não pode existir em Democracia. Temos que ser actores. Mesmo que em Resistência Passiva. O termo aplicar-se-á muito bem a um bom democrata na sociedade Portuguesa. Mas mais vêm a caminho.

2 comments:

ricas said...
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ricas said...

Infelizmente...

http://jornal.publico.clix.pt/
main.asp?dt=20070326&id=11070601