Mas se há relações que estão a levar o carimbo da eternidade, à tua volta outras há, que terminam abruptamente. A tua avó dizia-te para não montares a tenda no quintal de ninguém. Mesmo com a estranha escolha de palavras, a mensagem de quem tratou de se amanhar sozinha com sete filhos a partir dos anos 60, é que não se pode depender de ninguém para se ser feliz. Para um racionalista nada pode ser mais verdadeiro. Para um ser humano não há mais difícil. E no meio do seu racionalismo empírico, lembras-te da coroa da sua corrente filosófica. O tempo só não cura mortos.
É estranha a felicidade. Nunca a temos com deveríamos, e procuramos sempre ter mais. E na busca, perdemo-la por instantes que parecem uma eternidade. Até a ganharmos de novo.
Tuesday, May 15, 2007
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1 comment:
Num acto de auto-suficiência, uma noite montei a tenda deliberadamente numa quinta de ninguém. Triunfalmente montei a sós a tenda torta na parte mais lamacenta do terreno sem norte e fiz outras anarquias sem fim derivadas da invisibilidade anestesiante da liberdade solitária. E eis que recebo a visita inesperada já de noite, de um enxame de mosquitos. Pelos vistos algo dependia de mim para ser feliz. Pergunto-me se eles ficaram tristes na noite seguinte quando não me viram por lá…se deixaram de se alimentar…se foram montar uma tenda numa quinta vegetariana a sós…negando-se a vis e dolorosas ilusões…ou se foram numa última tentativa perseguir a lâmpada incandescente do talho.
Bom isto não saiu lá muito bem era só para dizer que se não montamos uma tenda na quinta de alguém, alguém pode montar uma tenda na nossa quinta estás a ver…o tempo tem essa forma de curar. Isso é uma coisa que não acontecia muito nos anos 60 com 6 filhos…
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