Manandre

Monday, April 25, 2011

Não sei o que me impulsionou a escrever ao início. Sei que era mais simples do que agora, tinha mais para contar e mostrar. Sei também que a vontade de reconhecimento é intrínseca ao ser humano e acho inteligente partir daí como premissa para um raciocínio lógico. A problemática surge quando nós próprios não gostamos muito do que temos para contar, ou quando a vida nos parece melhor quando apenas nós sabemos. Julgamos a nossa vida pelos olhos dos outros sem percebermos que são os nossos que estamos a usar, ou então não nos interessa nada o que os outros pensam. Somos uma mistura de um Calvinista e um sociopata, escolhemos aquele que mais nos convém para nos sentirmos menos mal.

Quando as viagens pararam voltei à escola. Agora quando falar de Democracia, saberei do que estou a falar. Não vou corrigir o que está para trás, era verdade na altura. Também não vou adivinhar o que vem aí, ninguém sabe como, e a idade em que alguém mais velho tomava conta a partir do momento em que não sabias o que fazer, acabou. Se eu não tentar resolver os problemas, ninguém os vai resolver por mim.

Monday, September 08, 2008

Elfos e trolls

Houve um dia uma conferência num país frio. Perguntava-se à audiência de jovens estudantes quantos acreditavam em elfos e trolls. 50% destes jovens já tinham falado com um elfo, 20% conheciam alguém que já tinha falado com um, e 30% acreditava porque toda a sua vida tinham ouvido relatos de histórias onde estas figuras andam a ser transformados em montes ou em rocha aos primeiros raios de sol. Na realidade, neste país quando uma estrada em construção está para atravessar um monte e a máquina avaria, o monte é rodeado e deixado em paz. Neste país as formas rochosas são mais recentes do que em qualquer outro lado. E as suas formas parecem mesmo as de um troll que se distraiu com as horas. O heroísmo é realçado em sagas milenares e a sua mitologia está povoada de monstros marinhos e machados sangrentos. São um povo metido com eles, tirando à noite quando se tornam nos vikings que sempre foram e mandam garrafas pelos ares como se no mundo nada lhes pudesse fazer tocar. Neste país a água quente cheira a enxofre nas torneiras das casas e não há estradas completamente asfaltadas. Existem centenas de pequenas quintas onde apenas o nome de família chega para receber uma carta. Existem fumarolas, vulcões e Geysers. Quedas de água, baleias e lagoas glaciares. Um vento frio constante e águas aquecidas pela Terra. Cenários lunares, outros dignos do senhor dos anéis, outros os quais poderíamos contemplar até nos tornarmos estátuas iguais a tantas outras na paisagem. Neste país a Natureza domou o Homem enquanto este se maravilhava com o seu poder. Bem vindos à Islândia.








Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us




Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us




Image Hosted by ImageShack.us




Image Hosted by ImageShack.us




Image Hosted by ImageShack.us

Monday, May 05, 2008

Padre Manuel Antunes



Image Hosted by ImageShack.us




Para a geração pós-25 de Abril o que se passou em Portugal após o golpe nunca foi bem claro. Temos bem noção da luta que exigiu bloquear o golpe da esquerda, temos noção que vinham Belgas e Franceses a Portugal fazer turismo de revolução. “Andava-se na rua, e de repente, uma pessoa subia a um banco da rua e começava a discursar. Havia quem aplaudisse, havia quem apupasse, mas sempre com o respeito pelo outro bem saliente.”Sabemos que estas lindas e únicas imagens revolucionárias só foram possíveis em Portugal, apesar de irmos ouvindo aqui e ali, que fora de Lisboa as coisas não foram assim tão joviais e bonitas como se descreve. Sei que houveram muitos casamentos nove meses depois, sei também que alguns perderam muito, enquanto muitos ganharam muitas oportunidades. Sei que nas faculdades quase não se avaliou ninguém e todos passaram. Sei que foi uma revolução, nunca nada é igual depois, e o resultado final foi incomparavelmente melhor que o anterior.

Mas o que me tenho apercebido, é que, essencialmente, o 25 Abril foi uma oportunidade perdida. Foi uma tábua rasa, mas o povo, quem nela escreveu, escreveu com todos os defeitos que ainda hoje arbitramos como normais do nosso povo. Foi a ler o Padre Manuel Antunes que me apercebi disso, e como trinta anos depois destes textos, a luz que apontava está à mesma distância. “Despartidarizar, desburocratizar, desnacionalizar e descentralizar o estado”.

Quem me conhece sabe que a primeira me toca especialmente. A palavra original era "Desclientalizar", mas o próprio Manuel Antunes a descreveu como sendo essencialmente "Despartidarizar" o aparelho do estado.

Lendo P. Manuel Antunes percebemos a necessidade de ter um quadro de valores para a Democracia funcionar, sejam da igreja que advogava, sejam simplesmente porque tiveram uma educação que isso vos proporcionou. A tal fraternidade que também é parte da nossa Democracia, mas raramente lhe é dada importância.

Foi professor dos meus pais na Universidade de Letras em Lisboa. Deixou-lhes uma marca que vi nos seus olhos quando falavam dele. Nunca vi ninguém a sistematizar tão bem o caminho que Portugal deve seguir. Mesmo que já se tenham passado trinta anos.

Foi assim que passei o 25 de Abril. Já o 24 à noite foi passado no Carmo a ouvir cantar o que esperava ser mais típico e menos cubano. Sincero, fez-me falta um Grândola.

Wednesday, March 26, 2008

A incompetência será televisionada

Image Hosted by ImageShack.us



As tricas entre o CDS e o PSD competindo por um lugar à frente do último, os números do PS que mesmo repetidos incessantemente não furam pedra e o PCP que apenas repete o que o BE diz. Mas aos solavancos. Ana Drago, por mais triste que te deixe, quando falas prefiro o torpor da beleza ao raciocínio. Sei que o PCP o vai dizer de seguida. O comportamento padronizado dos partidos põe-me dúvidas no conceito de democracia. Uma ideologia e um rumo partidário são óptimos, mas deve ser impossível concordar sempre. Com bom senso e dando mais importância aos valores humanos de cada um do que a umas linhas num livro, percebe-se que defender sempre o mesmo partido é humanamente impossível. Dando-me a liberdade de uma opinião pessoal e nada instituída, é antidemocrático, não pensamos por nós próprios. Assim como o é, por parte do partido, castigar uma pessoa por usar o seu quadro de valores em vez da ideologia para tomar as suas próprias decisões. A pergunta a lançar é se a disciplina partidária, dentro e fora do parlamento, é ou não democrática. Não se surpreendam com a relevância dada a ideologia neste texto. Sei que não a conseguem identificar ao centro do nosso espectro político. Pensem que quis ser simpático. Os rumos partidários estão despidos de linhas mestras e constantes. Depende do contexto. Temos uma política feita de políticos que olham o contexto e nunca se enganam. Na televisão.

Sunday, March 09, 2008

Aproveitei a barba de duas semanas, pus o meu chapéu de Che e apanhei o 738 que me iria deixar na manifestação. Levava os phones, dava a impressão de revolucionário que ouve Rage Against the Machine, com um look de guerrilheiro da América do Sul em carga contra os cordões das autoridades. No autocarro havia professores, falavam entre eles, riam, não consegui prestar a devida atenção à conversa e o violão de Django parecia tão mais interessante nos meus ouvidos.
Tendo crescido entre professores, as reuniões sociais destes não me eram estranhas. Esta apenas teve mais gente. Enquanto ia vendo o aumentar de pessoas na rua, num movimento unidireccional no sentido do Marquês, ia pensando, naqueles ensaios da realidade que desafia qualquer probabilidade mas que é só nossa, o que faria caso uma repórter esbelta descesse de um daqueles helicópteros e me perguntasse o que estava a fazer ali. Preparei-me antes para essa pergunta, aliás, fui preparando-me insistentemente até me decidir a ligar aos meus pais e dizer que ia com eles. Escrevia assim o meu pai durante a semana:

A ESCOLA PÚBLICA EM PERIGO

Tenho ouvido professores, pais com filhos na escola, ministra educação, 1ºministro, jornalistas, politicos, "zé povinho" .... confusão, "violência" , ignorância, desrespeito, discurso vazio... digamos que o "debate" caiu na rua...e aquilo que deveria ser sério, (porque se trata de um assunto sério) transformou-se numa análise fútil... A ministra mais tarde ou mais cedo deixará o lugar. Virá outra/o. A politica de ensino (que é o que interessa) continuará a mesma, pois está bem delineada há muito tempo: Destruir a escola pública, esvaziando o conteúdo do ensino. Preparar mão-de-obra barata, obediente e logicamente nada criativa...
Mas, porquê desmantelar toda uma tradição (que vem da 1ª República)? De onde vem esta politica "contra natura" que tanto faz correr os nossos governantes nestes últimos anos? São ordens dos novos "senhores feudais" provenientes de Bruxelles que visam destruir a nossa concepção de escola democrática.
A escola que nos querem "impigir" tem por objectivo formar alunos ignorantes, entregues à escola a tempo inteiro, onde o "faz de conta" é regra. Os pais não assumem a educação dos filhos porque estão a ser tão apertados nos seus empregos quanto os professores no seu. É preciso que compreendam que a luta também é sua pois o que aqui está em jogo é o desmantelamento de toda a sociedade civil. Todos devemos estar unidos pois a escola que era de todos está a ser desfeita à vista de toda a gente. O processo de desmantelamento é tão descarado que o Poder não hesita em recorrer à autoridade e fugir ao debate democrático para impor a sua politica. Para isso, auxilia-se dos que se limitam a cumprir ordens mesmo sabendo que estão a ser agentes dessa destruição. Criando a figura do director e cargos de nomeação o governo assegura que as suas leis serão cumpridas e postas em prática, pressupondo que os mais fragilizados na sua carreira profissional se lhes submeterão, mais cedo ou mais tarde. Parece que o governo tem timings a cumprir, o país tem de se submeter à avaliação da União Europeia, que estabeleceu metas e prazos. A "autonomia" concedida às escolas é: arrangem-se lá como quiserem desde que em 2013 esteja tudo aplicado, senão...
A substituição da ministra é urgente e necessária, mas o mais importante é romper com as politicas educativas... não basta mudar as moscas...Pode-se ganhar uma batalha mas o importante é ganhar a guerra. Para entender isto são precisas muitas e boas aulas, um conhecimento histórico e cultural sólido e a noção do que é viver verdadeiramente em democracia...e isso neste preciso momento até já está em causa...”



A questão é muito superior a uma ministra ou a uma política de educação, destes não tenho formação para falar mal ou bem. Sei que a progressão automática nunca fez bem a qualquer regime, a longo termo. Uma completa idiotice é a forma como se quer implementar a reforma, mas esta é uma conversa recorrente sobre como se estabelecem premissas em Portugal para atingir os mesmos resultados que vemos no estrangeiro. Somos apenas bons demais para parar nos intervalos em que os outros pararam e cumprir as mesmas regras que os levou ao sucesso.
Enquanto descia a Liberdade ia ouvindo que estava na hora, na hora da ministra ir embora. Para alem de me fazer olhar para o relógio e ser uma péssima rima, deixa-me uma falta de confiança na forma como se constroem regras em Portugal... Somos inconsequentes. Faz-se uma pergunta a um qualquer político, ele responde com o discurso pré-feito n.3 em que nada diz senão repetir as intenções com as quais ninguém pode discutir...mas não se repete a pergunta. Fazemos perguntas directas, mas contentamo-nos em poder fazê-las, esquecemos a resposta, afinal o sacana nunca ia admitir que estava errado. Mandamos abaixo uma ministra, mas não contribuímos para a resolução do problema, apenas adiamos a solução.

Quão bom é o facto de vivermos numa sociedade livre em que perguntamos e protestamos o que queremos, se ninguém nos responde, nem construímos nada?

Mas deixo a educação correcta ou não, para o jojolopi, ele está a sofrer na pele com isto e não me lembro de nenhuma ocasião em que a razão não tenha estado do lado dele...eu nunca tive muito jeito para arregalar os olhos. Creio na mão invisível de Adam Smith, mesmo que no diz respeito a instituições do estado. As 100 mil pessoas com a quais caminhei durante aquela tarde fazem parte dela. Quando aquela repórter de óculos de massa preta e cabelo em carrapicho me aparecesse de microfone na mão, e me fizesse a pergunta que temia... "Não sei, parece-me ser o mais correcto a fazer".

Sunday, March 02, 2008

Tuesday, February 26, 2008

A volta ao mundo de Joao

Um amigo anda a dar a volta ao mundo. Deixou o trabalho e tudo o que conhece para trás, e seguiu atrás do que me dizia, tinha que fazer. Comecou pelo norte de áfrica. Podem ir vendo as fotografias aqui. Boa sorte Joao.

Monday, February 04, 2008

Os Himalias e Akshays big day

A subida foi feita a 2 etapas. Primeiro, para me habituar à altitude, ficámos numa aldeia cigana a cerca de 3000 mil metros. Lembro-me de estar a chegar de carro e a minha cabeça já estar a estalar. Na transição de homem para rato tive as dúvidas que qualquer um teria, mas não iria voltar para trás agora. O dia passou-se calmamente a conhecer os arredores e a beber muita água. Na manhã seguinte iria com Kalick e mais dois miúdos da zona até ao lago Gungbal, que segundo Kalick ficava a 6000 metros, no sopé da montanha Harmuck, a montanha mais alta e nunca conquistado de Caxemira, a 7000 metros.

A sensação naquela altitude é que se dermos um salto bem alto ficamos em órbita. Os passos custam menos a dar e a nuvens correm rápido por cima das nossas cabeças. Ao lago fui sozinho com um dos miúdos locais, e lá no topo, enquanto o meu companheiro se refugiava entre as rochas para não apanhar vento gélido, segui sozinho até ao lago. Estranho o sentimento e de onde ele vem. Sentei-me meia hora perguntando-me como cheguei ali. As escolhas que fui fazendo, o caminho que percorri até estar a 6000 metros nos Himalias. Quem eu era, quem sou, quem serei... numa escolha que sabemos nada ter a haver com as nossas decisões mas gostamos pensar que controlamos. Fugir ao conforto de um mundo indeterminista usando um racionalismo determinista que sei falso.

Lá no topo a minha máquina fotográfica congelou. Companheira de tantas viagens resolveu tirar tudo branco. Mas nada me mandava abaixo naquela hora. Estava no topo do meu mundo.

Passei mais dois dias em Srinagar, esperando a névoa passar até aviões puderem começar a pousar. Naqueles dias apercebi-me do fervor religioso dos habitantes de Srinagar. Uma manhã disseram-me que se estava a rezar nas mesquitas para que chovesse. Disseram que se não chovesse as pessoas iam deixar de ter água para beber, doenças iam espalhar-se e tudo iria ser pior. Uma das coisas que aprendi na vida foi a detectar discursos saídos de boca mas não da cabeça, discursos que apanhamos de ouvido e apenas repetimos com a mesma gravidade das pessoas que nos incutiram. Perguntei-lhes o que dizia a meteo. A resposta automática dizia que choveria se Deus assim quisesse. Fiquei com pena de uma das religiões mais bonitas se portar exactamente como todas as outras. É fácil ver que vai chover dentro de dois dias nas previsões meteorológicas, incutir a catástrofe de não a ter nas pessoas que vão ao serviço religioso, e no dia seguinte rezar pela queda da preciosa. Quando dizia a Kalick que poderiamos ouvir no rádio a previsão para o tempo, ele dizia-me que não precisava de nada disso, Deus tomava conta dele, e o que Deus quisesse estaria sempre bem para Kalick. Foi a paz na sua cara que me fez calar. Na verdade não me sentia com argumentos suficientes para quebrar uma forma de vida de séculos. Debaixo das gotas de chuva nessa tarde senti-me próximo de Kalick, na sua maneira simples de ver o mundo e de ser feliz com o amor do seu Deus que faz chover, não ligando a nada do que diz a meteorologia.

É engraçado ver que tanto no primeiro como no terceiro mundo, a maior repressão intelectual é feita através da informação, sua manipulação e acesso. Não é de estranhar que sejam sempre os media os primeiros a sofrer num estado autocrático, e que sejam esses mesmos media que se aproveitam do poder que detêm sobre a opinião pública, nos países de primeiro mundo. Lembrei-me de uma discussão tida em Paris, onde eu advogava que a real democratização dos poderes legislativo, judicial e executivo era o próxima passo na Democracia. Alguém dizia que só acreditava quando o conhecimento seguisse o mesmo caminho. Deveríamos votar nos jornalistas, deixar os políticos ter uma carreira normal. A democratização e uniformização de conhecimento, é essa a resposta aos problemas do mundo.

Segui para Mumbay. Ia encontrar Anocas, companheira da América do Sul, e Bia que andava pela Ásia há 3 meses. Dali seguiríamos para Pune onde o nosso amigo Akshay se ia casar. Entretanto conheci Orwan, meu vizinho no avião e com quem tive as conversas mais interessantes em toda a Índia. Falámos de amores passados de cada um, dos objectivos que ele tem na vida, dos problemas de Caxemira. Passámos uma noite a caminhar na praia de Bombaim. Os hindus tinham medo dele, por se notar tão bem que era de Caxemira e isso dava-me espaço para respirar nos pontos em que somos mais solicitados. De madrugada voltámos ao hotel, estava o último carro de bombeiros a ir embora. O meu quarto pegou fogo, por um curto circuito no ar condicionado, e a minha mala estava preta e chamuscada. Soube no dia seguinte que todo o hotel tinha sido evacuado por causa do incêndio. É incrível como uma coisa destas consegue mandar uma pessoa abaixo. Enquanto verificava o estado da roupa sentia o ânimo a vir abaixo e só pensava em dormir e esperar que de manhã tivesse tudo bem.

A densidade populacional de Mumbay é das mais altas do mundo, e não fiquei a gostar mais das cidades indianas por causa de Mumbay. Foi engraçado assistir à habituação da Anocas ao país, e imaginar-me a mim no início, tudo tão novo. A zona de Colaba é a mais gira para ficar e se ver em Mumbay, mas é a vida da cidade que mais chama a atenção. A praia está sempre cheia de gente e pequenas feiras com carróceis espalham-se ao longo do areal. Massajadores de cabeça andam sempre à caça de cabeças para usarem as suas mãos divinas, crianças brincam por todo o lado e as bolas de cricket estão sempre no campo de visão. As crianças têm bancos geridos por crianças onde elas podem depositar o dinheiro que vão ganhando na rua. Mumbay é tão frenética como genuína.


Em Pune, a terra da noiva, passámos 2 dias, outros dois em Nagpur, a terra do Akshay. O casamento tem mil tradições, pequenas velinhas e ditos que vão decorrendo ao longo dos 4 dias. Primeiro ele vai buscar a noiva à sua terra, apresenta a sua família e os seus amigos. Depois leva-a juntamente com toda a sua comitiva para a sua terra, o que neste caso representava 600 km de distância. No dia seguinte chega a família dela ver se está tudo bem.



Gostava de concluir ao jeito dos grandes mestres literários que nos fomos habituando a ler. Mas na verdade é difícil arranjar palavras para concluir algo que não irá acabar na nossa cabeça. A Índia e o que aprendi sobre mim próprio e sobre como vive maior parte da população do mundo vai sempre estar presente nas minhas acções, nas minhas palavras. Já viajei um pouco pelo mundo, mas nunca aprendi tanto.

A Índia é a maior democracia do mundo. E funciona como tal, com todos os seus problemas e falhas. Entre a modernidade e a tradição, sem que ninguém adivinhasse, consegue manter-se um equilíbrio saudável e que dá mostra a algo tão diferente do que um ocidental está habituado, que valeria sempre a pena visitar, nem que fosse por cinco minutos.

Crescer sem viajar e conhecer outros mundos é como ficar dentro da barriga da nossa mãe toda a vida. Viajar e a humanidade é o melhor que o planeta Terra nos oferece. Não percam esta oportunidade.


Image Hosted by ImageShack.us
A aldeia cigana.

Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us
O acampamento.

Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us
A subida.

Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us
Ao fundo o pico Harmurk a 7000 metros de altitude.

Image Hosted by ImageShack.us
Orwan e a sua namorada.

Image Hosted by ImageShack.us
O casamento do Akshay - Fotos cortesia da Bia.

Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us
O leito nupcial.