Wednesday, November 23, 2005

"I can't believe is not butter"


Bem... primeiro uma palavra de explicação. Com os agradecimentos dos tipos que, tão gentilmente tratam as bagagens nos aeroportos, recebi a minha máquina fotográfica a mostrar-me uma faixa boa, de 1/10 do ecrã, e o resto a parecer um cenário de guerra. Por isso, não há fotos para ninguém desta viagem... e acreditem NY é uma imagem que vale a pena guardar.
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Sem fotos, fico sem jeito para descrever seja o que for... Por isso dou-vos a minha impressão... mas digo-vos, uma cidade como NY, não há palavras, imagens ou sonho de quem nunca viu, que vos possa deixar um bocadinho da impressão que tive.
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Primeiro a entrada. Como ser esperto que sou, esqueci-me da morada para onde ia na mala que foi para o porão do avião. Cheguei a Amsterdão e disse à tipa, o que se passava... "Não se preocupe, o senhor tem direito à sua privacidade."... Cheguei com 4 horas de atraso, e um batalhão de seguranças à minha frente. "Não tem morada... não tem ninguém à sua espera... Não sei o que vou fazer consigo..."
- "Mas eu tenho direito à minha privacidade" O que isto me valeu? Uma escolta policial.... é verdade... fui escoltado entre serviços de entrada nos EUA.
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Estive numa vila pequena dos arredores de Boston... Hudson, os fãs dos INXS (é assim?) devem conhecer. 40% da população Portuguesa... com os bons e os maus... comprava pão a falar português, mas tinha logo que sorrir perante a pergunta: " Então... o senhor não está aqui à muito?"
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NY é uma cidade incrível... "A que horas fecha o metro?".... "24/7 sir, 24/7. Never closes.
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Torrentes de pessoas, luzes, línguas de todo o mundo, caras de todas as raças... Uma encenação do que seria o mundo se o Km fosse cm. E os prédios... nunca acabam... O sol brilha nas Avenues, mas nunca nas Streets, Igrejas pequenas surgem no meio de construcções incríveis... Mas acaba tudo por se conjugar... em NY.
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Lojas abertas toda a noite, cafés, restaurantes, com limusines dos retardatários do sono... Eu andei... Se querem saber o que fiz em NY... Andei... N subi a nenhum prédio, nao estive na cabeça oca de nenhuma fêmea de sotaque francês... Andei uma noite toda... todos os dias... Falei com pessoal que estava a fazer serviço comunitário, pequenos sacanas que do nada te contam a vida toda, sentei-me nos parques... o central é fantástico... Escutei música nos metros que deveria estar num palco, vi pessoal fazer coisas com o corpo que nem imaginei ser possível com plasticina, nas ruas, dança livre e espírito livre. Vivi a cidade... e não há cidade como aquela para ser vivida.
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De volta aos subúrbios de Boston, aos carros enormes, às pessoas não muito educadas, à falta de transportes públicos. Eu simplesmente não podia sair de Hudson... não havia um transporte... Para a minha mente europeia...
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Boston... Aqui nascem a independência, as ideias anti-esclavagistas, berço de uma comunidade intelectual que contribuiu para muito do que aconteceu na história americana. Existe um trilho... Freedom Trail... que liga os vários monumentos históricos na forma de uma linha de tijolos vermelhos ao longo de 4 Km da cidade. Aqui percorri e entendi este pedaço de história americana, andei por jardins, pela cidade, almoçei com um vagabundo... Das pessoas mais interessantes que conheci... A América é mesmo a terra das oportunidades, oportunidade para subir, mas também para descer.
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Na última noite fui recebido por um casal americo-holandês. O holandês foi uma boa surpresa... pude ter uma conversa com uma cabeça europeia... Os pontos altos, as diferenças, e os baixos... Existe muito mais a separar o novo mundo do velho do que o oceano Atlântico. Tenho estas ideias todas na cabeça, mas agora não é altura para as trazer à luz... Talvez num outro post... além disso este ficava enorme.
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Agora... a parte mais importante...
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Os meus mais sinceros agradecimentos às sodonas Alexandre e Francisco, minhas guias nesta viagem e tremendas anfitriãs... no meio de todo o trabalho ainda arranjaram tempo para me aturar... e comer os meus cozinhados.
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Continuem a comer dessa manteiga... que não é manteiga... mas também não diz o que é.

1 comment:

São Domingos said...

Viagem de sonho bem aproveitada estou a ver. Tenho mesmo muita pena de não haver fotografias.

Gostava de saber qual a diferença na tua cabeça, entre o que pensavas da América (com Bush, os americanos e tudo o resto) e o que pensas agora.

Grande abraço