Monday, December 19, 2005

Desemprego


O desemprego tem vindo a aumentar de mês para mês. Tenho visto, mas neste mês tive acesso a mais informação, daí o post. As comparações são relativas ao mesmo período do ano passado. Esquecendo os números, só aquilo que me fez pensar.

O trabalho não-qualificado aumentou, enquanto todos os graus académicos viram a sua taxa de desemprego aumentar. Uma de duas coisas, ou quem emprega procura quem recebe menos, ou então o trabalho especializado em Portugal está a diminuir. Juntando os 20% de licenciados Portugueses que trabalham além fronteiras, vemos que, nem os trabalhadores são maus, nem existem hipóteses suficientes no nosso país.

Os trabalhadores Portugueses são muito bem vistos pelo mundo. A educação das faculdades é, de modo geral, boa quando comparada com o ensino dos outros países. Os vários governos não se podem queixar da não existência de brain power no nosso país. O que não existe é razão para que o brain power fique por Portugal.

A política tem sido a de partir o gargalo, com o saca-rolhas ao lado.

Tenho muitos amigos à procura de emprego neste momento. Procurar emprego é sentir-se impotente em todos os sentidos. Quem perde a paciência... manda currículos para um país estrangeiro e as probabilidades de arranjar emprego são bastante superiores. Não há lugar para censuras a este comportamento.

Este governo começa bem, mas algo mais tem que ser feito. A boa formação tem que ser aproveitada pelo país, o único proveito que vejo é para os supermercados que têm caixas licenciadas. O próprio governo tem que tornar proveitoso um recurso do qual já dispõe, e no momento, são outros que estão a aproveitar.


Dos 5.523 milhares activos em Portugal (2004), 486.311 (Novembro 05) são desempregados.

Pela sua definição, uma crise não pode durar muito tempo, relativo ao referencial. 9% de desempregados, não assusta, mas a tendência a aumentar e a falta de perspectivas de fim de crise, fazem mais do que assustar. Eu começo a pensar que o que chamamos de "crise", é na realidade o estado normal.

Além disso, a "crise" necessita de um evento, ou conjunto de eventos, que levem à sua existência. O único conjunto de factores que encontro é a política exercida desde que entrámos para a comunidade Europeia. A falta de pactos de estado destruíu qualquer boa política que tenha sido empregue.

Eu não quero um país de serviços, agricultura e campos de golfe, e esse é o caminho em que estamos. O dinheiro Europeu não vai existir para sempre. Quando nos tivermos que sustentar no investimento que deveria ter sido feito com esse dinheiro, teremos a nossa crise.

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