Good night, and good luck

Aqui está um filme simples na sua essência. Podemos dividir em duas partes, uma, o discurso feito pelo jornalista Murrow em 58, numa homenagem que lhe é feita, que preenche o princípio e fim do filme. O discurso é um dado histórico, mas é usado para mostrar a actualidade da história real que se conta entre as duas partes do discurso.

A segunda, é um relato do que se passou na caça às bruxas dos anos 50 nos Estados Unidos. Caça a pessoas que tivessem ligação com o partido comunista, associações subservientes aos ideais de esquerda, responsável por exemplo, da investigação feita a Oppenheimer, já falada aqui no blog.

O filme conta a história de Edward Murrow, legendário jornalista da CBS, e da sua luta contra o senador McCarthy, principal mentor da caça às bruxas. Fala da responsabilidade da televisão e da comunicação social na denúncia do que está mal na sociedade, e não numa entidade distractiva, que embala as pessoas numa realidade em que os assuntos de estado e as injustiças simplesmente não são importantes.

Exterior ao filme, realço as “interrupções” de Diana Reeves que tiram todo o mau significado à palavra. No momento certo, uma pausa para reflectir o conteúdo do filme, ao som de Jazz e Blues. O facto do preto e branco relaciona-se com a grande quantidade de imagens da época usadas no filme, como fazendo parte do que estava a acontecer na acção do filme. Apesar de ser uma das figuras do filme, o senador McCarthy não é interpretado por nenhum actor, apenas são usadas imagens das várias aparições televisivas que fazia. Existe mais uma razão para o preto e branco, na minha opinião. Está numa das primeiras frases do discurso de Murrow.

A reter, que a história se passou na realidade, e pouco alterada está, numa análise pragmática ao filme, do que se passou na realidade e a polémica da sua actualidade, principalmente nos EUA. A reter também, o site oficial do filme, dá um óptimo ambiente à escrita, experimentem, já percebem porquê, desde que tenham colunas.

Vejam!