Wednesday, January 11, 2006

"We are all made from star dust"




Esta frase não vos deve ser estranha. Mas daí a saber exactamente o que significa, vai um bom bocado. Mas antes um bocado de história.

Nos anos 40 o mundo vibrava com a luta entre dois modelos explicativos do nosso universo. O modelo de Universo em Estado Estacionário, que dizia que o Universo seria infinito e constante, igual em todos os sentidos em que se olhe, e o Big Bang que defendia um momento de criação a partir do qual o universo foi expandindo até aos dias de hoje, sendo inconstante em qualquer dos sentidos que se olhe. Era uma batalha entre os cosmologistas Americanos (Big Bang) e Britânicos(UEE), uma discussão pública, em que a população, principalmente desses países, participava abertamente e a impressa cobria ferozmente.

Nenhum dos modelos conseguia explicar a abundância relativa dos átomos. Segundo o Big Bang, aquando da expansão, o universo passou por uma fase, 300,000 anos após o início, que favorecia a formação de átomos com um protão, Hidrogénio. À medida que o Universo ia arrefecendo, propiciou-se a formação de átomos de Hélio, pelo choque de dois átomos de Hidrogénio (isto de uma maneira bem simplificada). Estes dois elementos representam 99,9% da matéria existente no Universo hoje em dia. Mas ambos falhavam tanto nas reacções atómicas seguintes como a abundância típica entre cada um dos elementos. (A Tabela Periódica tem mais de 100 elementos, além do Hidrogénio e Hélio).

Fred Hoyle começou a investigar o que acontece quando uma estrela começa a morrer. Nas estrelas o Hidrogénio é transformado em Hélio, sendo a massa que sobra dessa reacção, em forma de energia, o que nós recebemos do sol, por exemplo. As estrelas funcionam como um balão. O seu interior, pela atracção gravitacional, atraí a matéria para o interior, enquanto as altas pressões e temperaturas do interior empurram a matéria para fora. As condições no seu interior, de P e T, favorecem a reacção de transformação de Hidrogénio em Hélio, mas acabam por aí.

Quando o combustível começa a escassear, o interior da estrela começa a arrefecer e a atracção gravitacional começa a ganhar à repulsão descrita no parágrafo anterior. Com o aglomerar de matéria no interior, a P e T começam a aumentar, equilibrando o efeito da atracção gravitacional. A massa vai diminuindo em vários passos destes, até que chega a um valor de massa crítica que leva à explosão da estrela.

Hoyle estudou este processo para vários tipos de estrela e calculou as condições no interior da estrela e viu que eram ideais para a formação de vários elementos existentes no Universo. E quanto mais comum um certo tipo de estrela, mais comuns os elementos que se formam quando esta começa a morrer.

Existem estrelas que, pelas suas características, têm este processo bastante acelerado, criando situações extremas no seu interior, formando os elementos mais pesados e raros, o Ouro por exemplo.

Mas a principal descoberta, foi que quando a estrela explode, a onda de choque distribui todos estes elementos pelo espaço indiscriminadamente. Isto leva a que haja estrelas que se fazem a partir de uma outra que tenha explodido... ou que os elementos sejam capturados pela atracção gravitacional de uma galáxia, ou sistema. Por exemplo, pensa-se que o nosso sol é uma estrela de terceira geração.

O que vos estou a dizer é que todos os átomos presentes no vosso corpo, foram criados por este processo de morte de uma estrela. Todas as infinitesimais partes do vosso corpo, que se juntaram em vocês, andaram a ser criadas por milhões e milhões de estrelas, para, por mero acaso, se encontrarem no vosso corpo.

Já todos fomos pó de estrela um dia.

Os meus amigos sempre gozaram comigo e as minhas histórias das estrelas... Mas aposto que vão começar a olhar um céu estrelado de maneira diferente.

2 comments:

Anonymous said...

Lá estás tu com a tua conversa de engate...isso ainda pega com as femmes?
Abraço

Anonymous said...

pois é... as estrelas

:)

abraço
vitor