Sunday, April 02, 2006

Impérios do Mundo II

Depois de no último post ter-se ido até ao renascimento e o império Mongol, ficam a faltar três até aos dias de hoje. O Português, Espanhol e o Britânico. Milhares de livros foram escritos sobre estes três impérios e não são cinco linhas num blog que vos vão dar mais informação. Os mapas de cada um, o Espanhol durante o período de domínio sobre Portugal, que nunca foi conseguido pela guerra… “Nem bons ventos, nem bons casamentos”. O Português antes de formalizar (explorar) o interior de Angola, Moçambique, Guiné… mas já com as costas descobertas. E o britânico, um império que moldou todo um futuro, e obriga o mundo a saber a sua língua.







Desde Nabucodonosor que vários impérios existiram e caíram. E o nosso?

Podemos apontar várias razões ou acontecimentos que levaram à queda, mas todos têm o mesmo ponto em comum.

No final do século XV, Lutero seguindo os princípios de Savaronola, prega reforma na igreja, onde os seus membros e seguidores deverão seguir um voto de pobreza, em que cada um deve seguir a sua própria interpretação da bíblia, e não a palavra da instituição sedeada em Roma. Protegido pelo príncipe Alemão Frederico o Sábio, e por todo o movimento Renascentista, cujo principio era a razão humana permitir chegar às suas próprias conclusões, e não aceitar como verdade o que outros diziam, forma o Protestantismo, que se torna a religião de uma grande parte do Norte Europeu, onde antes o Cristianismo vigorava.

No “Códex 623” JRS diz que a verdadeira riqueza de um país é o conhecimento dos seus habitantes. Nada pode ser mais verdadeiro. No Norte da Europa as pessoas tinham que saber ler para puderem ir à missa, cerimónia onde todos se sentam e discutem a sua interpretação de passagens da bíblia. As terras começaram a passar para as mãos de quem as explorava, e para ganharem supremacia, começaram a fazer investigação no domínio da agricultura, com um espírito curioso, milhares de colonos partiram para os EUA e fizeram a potência que é hoje, e a estudar chegaram à Revolução Industrial.

Nos países Mediterrâneos a Igreja Apostólica Romana continuou a dominar e a exercer o seu poder. Muitas das terras pertenciam-lhe, quem as explorava não se importava muito com o resultado final, as pessoas não tinham que saber ler, a missa era um discurso público que todos tinham que aceitar como verdadeiro. Mantendo o povo burro e o rei debaixo do seu poder, a igreja foi mantendo poder das instituições dos países, sendo muitas vezes quem realmente governava. Esta subjugação intelectual tem o seu preço, e estes povos começaram a ser aqueles onde as inovações chegavam, e não de onde saíam.

Com as ditaduras de direita foi a mesma coisa, manter o povo burro, no caso Português, a ir à missa, ouvir fado, e ver o Benfica. Quando finalmente se sai dessa situação, voltar a incutir um espírito tenaz num povo é muito complicado.

Fazer as coisas que ter dinheiro permite, mesmo que não se tenha, dá-vos um sorriso temporário. O Saber dá-vos um sem número de experiências humanas, que vos dará um sorriso constante.

4 comments:

headache said...

Excelente texto, gostei bastante da análise sobre a Igreja.

Mas...

esqueceres-te das ditaduras de esquerda foi propositado? É que isso que escreveste para as de direita aplicam-se igualmente ás ditas de esquerda. Era com cada purga intelectual que até ferviam.

Aliás, para mim, ditaduras vão todas dar ao mesmo, chamar-lhes de esquerda ou de direita torna-se algo irrelevante...

Mais posts destes, mais!

Manandre said...

O objectivo era tocar as ditaduras Mediterrâneas, por isso a direita.

Uma das maiores purgas foi feita durante a revolução cultural na China.As características de um regime de ditadura estão acima de qualquer direcção política. E se pensarmos bem, em termos práticos a orientação política é um círculo onde os extremos esquerda e direita se tocam.

Abraço

headache said...

Portuguez, permite-me contra-discordar:

Cultura deveria ser livre, e numa ditadura, apesar de dares esse exemplo, uma pessoa não era (e não é) livre de aprender e de ver/ouvir aquilo que quer. Só aquilo que o estado quer. Ora, entre ser ignorante e ter uma data de patranhas enfiadas à força na cabeça, venha o diabo e escolha.

Quanto ao desporto, eu não me atreveria a chamar a Alemanha, a Itália e a Espanha de fracas no desporto, nem na altura nem agora.

Acho que efectivamente se resume ao nosso país: nem uma ditadura de jeito soubemos ter, porra. Só tínhamos dois ícones do orgulho nacional, o Eusébio e a Amália. E agora transformaram-se em lontras... (arrojos democrátios, é o que é... :P)

Porcotte Pink said...

Infelizmente não posso dar a minha opinião, porque já tive esta mesma discussão com o headache e ele transcreveu aqui exactamente o que eu penso e disse.
Mas vou tentar acrescentar algo: isto da esquerda e da direita já deu o peido. Esta mania que a direita é o bicho papão e a esquerda é a salvadora da pátria é a maior anedota de todas. Basta ver o que aconteceu a nivel global com estas duas facções. Ditaduras e estados totalitários a dar com um pau. Ambos falharam redondamente.
Devíamos apostar em ideias, em gente com tomates para enfrentar o que deve e o que não deve (refiro-me aos poderes económico dominantes) para endireitar o país, e não discutir se as ideias do Sócrates estão mais à direita que as ideias do Cavaco quando este esteve no governo, ou que o Freitas é um grande vendido porque mudou de lado. Isto só demonstra que de facto as ideologia de esquerda e direita já foram à vida e que as coisas já se misturam de tal modo, que já começa a ser difícil distinguir para que lado as coisas pendem. Eu pessoalmente sou de cima. Nem de esquerda nem de direita. Queria era alguém que fizesse alguma coisa de jeito.
E quanto ao ultimo comentário do headache, não podia concordar mais. Ó portuguez, só podes estar a brincar! Essa cegueira esquerdista só te faz dizer barbaridades!