Fui à minha casa
A amiga surpreendida e de sorriso na cara foi uma pequena gota no meio das emoções de rever todos aqueles que faziam parte do dia-a-dia anterior, e tanta falta fazem no actual. As fotografias foram esquecidas, e resolvi apenas viver os amigos e a família cuja falta percebemos o tamanho assim que lhes pomos os olhos em cima.
Dois episódios apenas. Sábado à tarde resolvi correr Lisboa com olhos de quem não a conhece. Os miradouros, a encosta do castelo… Já passei em várias cidades, mas num dia de sol não há igual a Lisboa. E o hábito de vivê-la todos os dias apaga o rastro dessa beleza. Antes de nos lançarmos na descoberta do mundo, é bom saber que vivemos ao lado de uma pérola.
Deve ter sido a quarta viagem que faço com a Portugália, e se todas as outras correram bem, esta última foi algo indescritível. Começou com a aterragem em Lisboa, emoções ao flor da pele, pneus a chiar proporcionaram-me escutar um “Pai Notre” na típica linguagem híbrida dos emigrados tugas por esta terra. Não seria falado se ficasse por aí. No retorno, três horas de atraso, e meia baguete de fiambre OU queijo como recompensa fizeram a minha tarde no aeroporto de Lisboa. E à chegada, a cereja de não haver malas para mais de metade dos passageiros, incluindo este vosso.
A todos os que apareceram no bairro sábado à noite e vi nos outros dias, não esquecendo o mais importante, o clã Pinto. Devo-vos a minha contradição à frase de Descartes “Quanto mais se viaja, menos se sabe onde é casa.” Se fisicamente quase não existe, emocionalmente a minha casa são vocês.
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