"Quando Nietzsche chorou" de Irvin D. Yalow
Cadilhe, que se insisto em recordar, será por seu mérito, define os seus companheiros de viagem, numa das suas muitas. Tocou-me de certa maneira, por me identificar com ela. Estava ele num navio, rodeado de europeus que fogem à vida tão comum que têm no seu país, e partem pelo mundo à procura do que os levou a escolher essa via, tão diferente de todos os outros.
Se vos parece um gato de rabo na boca, é porque o é. À medida que o tempo foi passando, fui-me apercebendo que essa procura deve ser feita no interior de cada um, e não em qualquer outra parte do mundo. As viagens, penso, são etapas dessa procura, que vos digo de um ponto de vista pessoal, serem indispensáveis.
O que chamei na altura uma crise de meia idade em idade de jovem adulto, bem mais aceitável que a original. Por isso me identifiquei tanto com a crise de Breur. Enquanto este fala com Nietzsche, sinto-me como eu próprio a perguntar ao meu filósofo favorito se a sua filosofia, que descobri mais tarde, não será muito bonita escrita, mas falhada quando aplicada ao ser humano.
O livro romanceia a conversa entre estes dois, após peripécias que ajudam bastante o livro. A acessibilidade à filosofia de Nietzsche é enorme. Arrependo-me agora de ter escrito aqui sobre outros tantos livros, quando este merece tanta atenção. Eu também choraria.
1 comment:
Grande post. Viajar permite-te escapar temporariamente ao quotidiano para te conheceres melhor.
Viver noutro lado permite-te reinventares-te e renasceres de novo de alguma forma, se quiseres.
Diferentes niveis de conhecimento cuja prescricao depende de cada doente ;-)
grande abraco
Post a Comment