Se esta parte do crescimento também vem mais cedo para as mulheres, vocês não têm sorte nenhuma. Nesta transição de menino para homem o que mais custa é saber as figuras ridículas que ainda gosto de fazer. E claro, que não deixo de fazer. Com a minha idade o meu pai já tinha a irmã. Eu fecho o gato numa qualquer divisão da casa quando o sacana mia. E perco-me por completo entre a atitude correcta aos 26 aos 18. Mesmo sendo a sociedade que diz qual ser a correcta, a minha crise de personalidade está entre acordar mais cedo e ler o jornal, ou acordar com o comboio daqui a 30 minutos. Entre usar ganga ou aquelas calças pipis que sempre desdenhei. Entre puxar a orelha ao meu colega indiano ou solenamente perguntar se quer ir beber um chá. Entre fazer uma salada para o jantar ou comer um pacote de bolachas porque me convenço a mim próprio que não tenho tempo para fazer comida. Entre sorrir e dizer uma piada ou ter a cara fechada quando vejo uma pessoa pela pela primeira vez no dia. Entre ler um jornal ou um romance histórico que me fascina... Entre ser eu ou aquele que penso dever ser.

É assim o Homem-menino, que espera comportar-se à altura da situação, confiando apenas no seu bom senso juvenil para ter o comportamento certo para cada altura. Nem sempre corre bem, mas sabe bem ainda poder ser criança.