Saturday, October 08, 2005

Migrações





VS.











Á algumas semanas visitei a famosa Cote d´Azur. Uma desilusão devo dizer, mas isso têm que ver por voçês. Tinha dois amigos lá, aproveitei para aprofundar amizades e conhecer mais um sítio do mundo.

Foi no fim de semana em que o Benfica jogava em Alvalade. Nós, como bons tugas, tínhamos que ver o jogo. Acabámos por vê-lo na Associação de Amigos do FCP, ou qualquer coisa ligada ao Porto, em Cannes.

Fomos muito bem recebidos, deixaram-nos ver o jogo de graça, (era um salão com ecrã gigante, que quando acabava o jogo, se transformava em discoteca) fartaram-nos de pagar cerveja, e acreditem que acabei por ter conversas engraçadas com aquele pessoal.

Há duas coisas que quero realçar com este post. Mas primeiro uma palavra de explicação, a foto na esquerda, tirada do site do expresso (http://expresso.pt), foi tirada no arame farpado que separa Marrocos de Espanha, vem no seguimento da notícia das centenas de emigrantes que assaltaram a fronteita e, neste momento, estão no meio do Sahara sem qualquer tipo de apoio dos países em questão.

1º Eu tenho, e acho que qualquer uma das (poucas) pessoas que estão a ler também têm, pessoas na família que emigraram para outro país, principalmente França. Lembro que Paris, a seguir a Lisboa, é a cidade do mundo que tem mais Portugueses. Como é que voçês se sentiriam se aquela luva fosse de um dos vossos familiares?

O que eu quero fazer notar, é que não nos podemos distanciar do que se passa com esta gente. Nós Portugueses, já tivemos naquele papel de lutar por uma vida melhor num sítio melhor. E pelo rumo que Portugal leva, talvez tenhamos que lutar de novo... Outra conversa.

2º Tudo bem que os contextos são completamente diferentes. Mas vendo o exemplo da comunidade Portuguesa em França, numerosa, inserida... na minha opinião, é uma questão de tempo até tanto as comunidades se acostumarem, como as sociedade se adaptarem aos novos inquilinos.


As épocas são diferentes, França precisava de mão-de-obra, abria os braços a quem viesse com vontade de trabalhar. Hoje em dia, Espanha tem uma taxa de desemprego semi-estabilizada, e sofre do mesmo problema que os países Europeus médios e a sul, que é o falhanço do sistema de segurança social.


Se houvesse interesse Espanhol, os Marroquinos já lá estariam, funcionando essa associação como uma simbiose, como a comunidade Portuguesa em França.

Só tenho pena que os Espanhóis, neste caso, tenham escolhido a solução mais fácil e rápida que é simplesmente, fechar fronteira. É egoísta na medida em que só se ajudam a eles próprios.

Acredito que quando bem preparada, em termos sociais, qualquer comunidade estrangeira pode tornar mais rica uma sociedade.







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