Wednesday, November 30, 2005

Gostam da vossa vida?


Nasce, vive-se e morre-se. Nas pontas não escolhemos nada. São acontecimentos constantes a cada um dos seres vivos. Nas três etapas da existência, duas são comuns a todos. Então o que nos faz ser todos diferentes uns dos outros? A vida. A maneira como se vive a vida.

Existem duas vias para pensar a vida. A determinista, diz que já está tudo definido à partida, resultado de um sem número de premissas anteriores. O par acção-reacção é determinado, um dado adquirido que varia de caso para caso. Um determinado conjunto de inputs (pode englobar desde a distância à lua, à cor das meias, incluindo factores pessoais), dará um resultado que será sempre o mesmo.

A indeterminista. O caos total. Nada está definido, tudo pode acontecer perante cenários idênticos. O universo distribui reacções de forma aleatória e... a vida continua. As variáveis sorte e azar, são aqui introduzidas... No determinismo estes conceitos não podem existir... Portanto, se alguma vez usaram estas duas palavras... já sabem com qual das teorias concordam, seus indeterministas.

Claramente havia lugar a um intermédio, e aparecem uns tipos, dando um meio termo, matematizando, fornecendo probabilidades de reacções perante acções... Isto num sentido abstracto. Sim, a matemática também pode ser abstracta, existe uma noção de existência de um valor, sem haver maneira de a calcular. Para a matemática, isto é bastante abstracto...

Por exemplo, duas sementes caêm perto uma da outra. Peguam-se em todos os factores importantes, dá-se a cada um, uma importância (valor), cortam-se os iguais e vê-se, em termos de probabilidades, qual terá mais possibilidades de ficar maior. Qualitativamente é aceitável. Quando usamos o bom senso, é isso que fazemos. O bom senso é isso mesmo. Pegar nos factores mais importantes e, usando a experiência, calcular o resultado final. Interessa-me aqui criar a noção de "equação de reacção". Com todas as variáveis relevantes a darem um resultado de probabilidade de reacção. Vá... Pensem em sentido abstracto.

De volta ao meu objectivo. Desta conversa, o ponto é, aplicado à Natureza, o determinismo, ou esta última, funcionam muito bem. A última até tem lugar para as falhas. Os seres não conscientes vivem segundo as regras da Natureza, não conseguem reagir de modo diferente, porque não têm vontade pessoal, baseam-se em instintos. Os genes falam mais alto que qualquer vivência que tenham tido.

Agora falemos do ser humano e voltemos ao primeiro parágafo. Como é que voçês andam a viver a vossa vida?

Já devem ter percebido que sou um grande fã do ser humano. Somos únicos. A capacidade de pensar, menosprezada por quase toda a gente, dá-nos possibilidades tremendas. Por exemplo, no conceito recém criado da "equação da reacção", o ser humano tem a possibilidade de ter uma variável infinitamente mais importante que todas as outras, ambientais ou genéticas. A sua livre escolha, através do raciocínio e do conjunto de valores de cada um. Somos senhores de nós próprios. Ou melhor... podemos ser.

Olhem bem as equações que regem a vossa vida, e nas coisas em que uma acção vossa pode fazer diferença... Digam-me porque estão gordos, se não gostam de estar. Digam-me porque vão todos uns dias para um trabalho que não gostam? Porque é que saêm à noite se não se divertem? Porque é que ficam em casa, se não vos apetece? Se sabem que algo é melhor para voçês, porque não o fazem? Se podem melhorar a vossa vida... porque não o fazem?

Mexam-se... se fizerem uma análise profunda à vossa vida, vão ver que as variáveis mais importantes são o comodismo, os vossos instintos e o ambiente que vos rodeia. E digo-vos... é triste, ver gente que podia fazer tanto, ficar pelo purgatório à espera de morrer e desaparecer.

O comodismo é um prazer momentâneo. Passar a vida a pensar que seria melhor fazer algo e não o fazer por este prazer, por preguiça de romper ambientes, ou falta de humanidade para lutar contra os instintos... humm... é um desrespeito pelo dom dado ao ser humano, pela própria evolução.

Mensagem recebida?

P.S. (deve ser o primeiro num blog) A dualidade ambiente/genética fica para um outro post.



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