Sopas de Peixe ou já não existe originalidade possível no sexo
Com que cara vai o JRS dar a notícia ao país, quando os Espanhóis tornarem a roubar peixe nas nossas águas?
Se alguma vez o vir a apresentar o telejornal, a imagem de uma sueca a tirar o seio da camisa, e a dizer: “Quando um dia for casada e tiver um filho, vou fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas.” “Gostava de provar?” vai sempre aparecer na minha mente.
Sendo as únicas pessoas que realmente tomam atenção a descrições foleiras de sexo, homens, este post é para nós. Um tipo escreve um livro com algumas descrições de sexo, quer ser original, escrever algo que nunca ninguém viu na vida, surpreender, chocar um pouco talvez. Misturar leite de mamas e sopa de peixe é mesmo tudo isto num só, um multi-produto, multi-facetado, comestível e bebível ao mesmo tempo, é genial.
Longe de considerar o sexo como Tabu, o sexo descrito sempre me deixou muito a desejar. Sempre preferi as curtas frases de Jorge Amado, ou a sensualidade de Milan Kundera… Aquele chapéu de coco... Detesto ser dirigido, ainda para mais no sexo. Quando leio um livro e uma das frases descritas aqui aparece, perco a vontade de continuar. Uma boa descrição de sexo é explícita ao mínimo, senão é quase como usar o sexo para vender, e isso é pornografia. E a pornografia, apesar de todos já termos visto na vida, gostamos de não considerar material para o nosso intelecto.
Uma descrição de sexo é tanto melhor, quanto mais se deixar o leitor seguir o caminho que a sua imaginação e experiência lhe apontam.
Dou-vos um exemplo. Quando estive nos Estados Unidos, numa livraria, vi a capa de mais uma edição da obra Milan Kundera. Era um desenho de fundo laranja, com um único chapéu de coco a meio. Tornou-se símbolo do livro, pela qualidade que tem. Imaginem que acontece o mesmo ao "Códex 632"...
A frase de JRS aparece desta maneira, por não haver mais hipóteses a seguir na originalidade sobre o tema sexo. Nunca houve muita, vejam a imagem de sexo que é transmitida pelos realizadores pornográficos. Se só houvesse um, entendia-se.
O sexo até é bastante simples, é impossível ter uma originalidade infinita. Daí que maior parte das tentativas de ser original, acabem como escritos foleiros. Ao querer ser descritivo e original, o autor perde-se em frases impossíveis de relacionar com sexo.
“Crescer sexualmente em cenários de mulheres lascivas e grandes vergas”. Isto daria um bom tema para um colóquio nas Faculdades de Sociologia. O sexo apela a todos, de uma maneira irracional. Todos olham. Todos querem saber mais, até o desejo estar satisfeito, depois volta o racionalismo, e esquece-se o que se experimentou.(Tirando se ligar sopa de peixe com leite mamário) Uma boa descrição fica na nossa cabeça, a imagem que aparece resulta da nossa imaginação, não foi induzida por adjectivos ou clichés.
Pelo que parece, o livro “Codex 632” tem bastante mais assuntos de interesse. Segundo a publicidade, pareceu-me um estilo Dan Brown em plena puberdade. Sobre Cristóvão Colombo e baseado em documentos históricos verídicos. E está a vender bem, pelo que, deve ter interesse. Acho que vou considerar as descrições sexuais como o intervalo para publicidade.
Leiam o post do "Esplanar", está óptimo.
2 comments:
Vai correr bem.
A única acentuação é perguntar-te como é que um tipo como tu atura isso...
Quando voltas?
Abraço
Já li vários "artigos", que é como quem diz posts, sobre assunto e creio que tens razão ao afirmar que a melhor descrição de uma relação sexual é a que deixa à nossa imaginação.
Porque no fundo todos sabemos como se faz (em princípio!) e apesar de ser ponto de discórdia, a verdade é que não se consegue variar assim tanto - sexo é sexo, e os casos possíveis resumem-se a umas quantas combinações entre o número de falos e buracos pelas diferentes posições - de modo que os exageros servem apenas de mote para uns sorrisos maliciosos e "Sim sim, deve ter sido mesmo isto...".
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