Ficamo-nos por aí?
Foram três fins-de-semana de rajada e o blog sofreu com isso. Com os pés assentes pode ser que melhore. Quando estive em Portugal falei com uma pena pesada dos blogs, e a conversa, para além dos dois anos de separação, caiu sobre a blogosfera. Dizia-me ela, não pelas exactas palavras:
“Sabes, os posts mais comentados, citados, apontados são aqueles que dizem coisas ridículas. Quando escreves aqueles textos grandes, ninguém lê… eu só leio quando tenho tempo. As coisas importantes caem para segundo plano.”
Tornar-me ridículo é difícil, até porque processar todos os pensamentos ridículos que me assolam era uma obra digna do Gargântua de Rabelais, o seu filho Pantagruel e mais quem houver na família. Aquando do dia da mulher vi uma série de posts da Luna na Crónica sobre o aborto. Não falando do assunto… Os comentários não foram muitos, numa matéria que sinceramente deveria ser bem debatida, afinal, todos vamos votar nela mais cedo ou mais tarde. Nem reparei no número de comentários, mas o após a sequência, ela escreveu uma linha sobre o HI5. Os comentários apareceram em cascata.
Não é por não comentar que não se informa, não se tem opinião. Mas qualquer coisa parece ao contrário nesta história, ou estarei errado? Não é querer obrigar as pessoas a comentar, mas pensem qual é mais lógico ter mais comentários? Uma banalidade, desabafo ou um assunto sério que vai estar na ponta da caneta daqui a algum tempo?
É de facto muito mais fácil comentar banalidades, não se tem que pensar, informar, ter opinião sobre algo difícil. É de facto mais fácil pedir palavras emprestadas aos comentadores, aos líderes políticos, ao membro da família que aproveita todas as deixas para dar uma opinião baseado nos seus dados… É mais fácil.
Fácil é receber oxigénio e transformá-lo em dióxido de carbono, é por uma perna à frente de outra, aproveitar a visão a 180º, comer, beber, dormir, tomar conta do seu umbigo…Tudo o que os animais fazem.
Ficamo-nos por aí?
2 comments:
É triste, mas é verdade. ;)
Não é que não tenhas razão. Mas o que eu acho, que não interessa a ninguém, é que para séria já bem me basta a vida. Por isso gosto de disparatar e dizer asneiras de vez em quando. É uma forma de escape. Mas não interpretes isso como burrice, ou oquice (como raio se escreve isto?), ou falta de inteligência. É apenas uma faceta de palhacice. Tentar alegrar os outros de alguma forma! : )
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