The Complete Sherlock Holmes

Escrevo-vos na coincidência do dia de aniversário do seu criador, como puderam ver todo o dia no google. Já vos falei da tareia que estava a apanhar das suas obras completas, mas o ponto de vista era bastante masoquista. Foi comprado juntamente com outros, a ideia seria ir lendo uma história de vez em quando no intervalo dos outros. Como sempre esqueci os demais e fixei-me no melhor.

São mais de 60 histórias durante 23 anos. Do final do sec. XIX até à primeira guerra mundial, Sherlock Holmes foi-me encantando.

SH é apresentado como excêntrico e presunçoso. Com o andar das histórias, cresce a amizade com o seu biógrafo Watson, e este, quem nos fala, começa a perceber que não poderia ser de outra maneira, um cérebro daqueles teria sempre que estar ligado a uma personalidade diferente do normal.

A capacidade de escolher conhecimento fixando somente as coisas importantes, como por exemplo, não saber que a terra roda à volta do sol porque não é necessário ao seu trabalho de detective, torna-o singular. O uso das drogas é patente nas obras iniciais mas vai desaparecendo com o avançar dos anos. A justificação para o seu hábito é a mesma que muitos génios apregoam, conseguir viver num mundo simples.

O que apaixonou o mundo inteiro foi a capacidade de dedução, através de observação e desse conhecimento adquirido. O brilho de Sir Arthur Conan Doyle está na explicação de cada dedução ser bastante simples, ao alcance de todos.

Para o autor, esta acaba por ser uma história triste. Fácil prever, que ao criar-se umas das personagens mais conhecidas da literatura ocidental, o seu próprio nome ficaria sempre em segundo plano, assim como qualquer outra das suas obras. Tentou acabar com a temática por duas vezes, e pelo mesmo número de vezes teve que voltar pela pressão do público que não queria saber dos seus ensaios, peças de teatro ou poemas. Na apresentação de uma das suas peças teve que ouvir em uníssono uma plateia a gritar por SH.

Como o próprio diz no prefácio da última colecção de obras de SH, “The Book Case of Sherlock Holmes”:

“Had Holmes never existed I could not have done more, though he may perhaps have stood a little in the way of recognition of my more serious literary work. And so, reader, farewell to Sherlock Holmes.

Ainda hoje, que é seu aniversário, é a sua criação que aparece no banner do google


”